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Análise do sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018
A FIFA, em meio à terrível crise moral que assola a entidade há décadas, culminando com os processos encabeçados pelo FBI e que levaram à anunciada renúncia do presidente Joseph Blatter dias após sua reeleição em maio, realizou o sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 neste último sábado, 25 de julho de 2015, na cidade de São Petersburgo, na Rússia. Diversos dirigentes alegaram compromissos para não comparecer ao evento, notadamente o Sr. Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, que desde a prisão do companheiro José Maria Marin, mantém-se discretamente calado aqui no Brasil, e dificilmente terá a coragem de participar dos diversos compromissos da CBF, pois está com muito medo de ser preso e extraditado para os EUA.
Conforme fiz em 2011, analisarei cada uma das seis regiões e darei meus palpites sobre as seleções que estarão disputando a 21a Copa do Mundo no verão russo em 2018. Acertei 21 das 32 seleções classificadas para a Copa do Mundo do Brasil, e fiquei decepcionado com o resultado, especialmente pelo fato de que 24 seleções se repetiram em relação a 2010. Na verdade existem 11 seleções que estiveram presentes em todas as Copas desde a expansão para 32 equipes em 1998. Outras 6 estiveram em 4 destas 5 Copas e mais 11 em 3 delas. Assim chegamos a 32 seleções que estiveram em 3 ou mais das últimas 5 Copas, o que torna relativamente fácil uma previsão dos prováveis classificados.
As únicas eliminatórias que trazem emoção no sorteio são as européias, pois devido a um critério que na minha opinião é estúpido e injusto, utiliza-se uma data de corte para separar os potes das seleções, e tal procedimento permite que Itália e França fiquem no pote 2, enquanto País de Gales, que por uma imensa sorte atingiu na data de corte seu melhor ranking da história, fique no pote 1. Desta forma, italianos e franceses acabaram caindo nos grupos de Holanda e Espanha respectivamente, situação que pode impedir uma destas quatro grandes seleções de participar da Copa em 2018. Vale lembrar que a França foi, sem dúvida, uma das 4 melhores equipes do mundial do Brasil em 2014, e só não chegou mais longe por falta de sorte na tabela, tendo que enfrentar a campeã Alemanha antes dos demais adversários, nas quartas-de-final, num jogo onde pressionou os alemães durante todo o segundo tempo. Já discuti o Ranking da FIFA anteriormente, acho uma ferramenta razoável com problemas pontuais, mas que reflete o sobe e desce das seleções, mas discordo demais com a utilização e uma data de corte para um sorteio tão importante, pois se a data fosse um mês antes, os potes da Europa teriam uma configuração completamente diferente. Defendo uma média dos últimos rankings, mesmo que com maior peso para os meses mais recentes, como forma de dividir os potes.
As eliminatórias africanas ainda terão o importante sorteio após os confrontos da segunda rodada da região, que serão disputados em Novembro deste ano, portanto fica impossível prever os candidatos. Mesmo assim, existem algumas forças que destacam-se no continente e escolherei as 5 que considero favoritas à classificação, com destaque para a Argélia, um time que me agradou demais na Copa de 2014, e que levou a campeã Alemanha para a prorrogação nas oitavas-de-final, o mesmo time que goleou um timeco de amarelões e treinado por um jumento por 7×1 dias depois.
As eliminatórias das Américas do Sul e do Norte/Central, da Ásia e da Oceania mantiveram os mesmos formatos dos últimos anos, e nestes casos o sorteio não faz praticamente nenhuma diferença, pois fica fácil para os times mais fortes chegar à classificação pois enfrentam um monte de porcarias.
Aqui vão meus candidatos ao torneio de 2018:
Europa – Rússia (país-sede), França, Portugal, Alemanha, Sérvia, Dinamarca, Inglaterra, Espanha, Bélgica, Croácia, Holanda, Suíça, Áustria e Itália.
América do Sul – Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai
América do Norte e Central – EUA, México, Costa Rica e Panamá
África – Argélia, Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Egito
Ásia – Austrália, Japão, Irã e Coréia do Sul
Infelizmente, como descrevi antes, a única região que pode trazer surpresas é a Europa, pois nas demais são sempre os mesmos suspeitos, e tem lugar para praticamente todo mundo na Copa do Mundo com 32 seleções. Minha lista tem 27 seleções repetidas de 2014, e somente um estreante, o Panamá.
Após 7 anos, a Copa começa hoje !!!
Enfim chegou o dia. A Copa do Mundo terá início hoje, aqui na nossa São Paulo, com nossa Seleção, na tradicional condição de favorita a mais uma conquista, desta vez o tão sonhado hexa, que pensávamos obter há quatro anos na África do Sul.
Não comentei sobre o sorteio dos grupos em dezembro, e esperei para dar meus pitados hoje, comentando sobre as seleções que considero candidatas ao título, surpresas e decepções do torneio.
Antes disso, revisito um post de 2011, que fiz logo após o sorteio dos grupos das Eliminatórias, quando escolhi as 31 seleções que se juntariam ao Brasil na competição. Meu desempenho foi médio, pois acertei 21 das equipes. Meu pior desempenho foi na África, que teve as mesmas 5 seleções classificadas de 2006, e eu acertei apenas 2 delas.
Tenho lido muitas previsões, em mídias e blogs do mundo todo, e juntamente com as cotações de apostas, fica difícil escapar de 4 favoritos proibitivos para esta Copa, que são Brasil, Argentina, Espanha e Alemanha. Dificilmente o título escapa deles.
O grupo das possíveis surpresas, que podem aprontar e chegar às semifinais ou até na final, é composto por Bélgica e Portugal. Os belgas possuem uma geração extremamente talentosa e jovem, com craques em todas as posições do campo, e podem vencer qualquer adversário. O ponto negativo está na falta de tradição e experiência, que geralmente pesam numa Copa do Mundo. Não gosto do futebol apresentado por Portugal, com exceção do fenomenal Cristiano Ronaldo, mas reconheço que o time do competente Paulo Bento tem um padrão de jogo bastante sólido, onde os adversários chegam poucas vezes ao ataque e os portugueses deverão sofrer poucos gols na Copa. Por esta razão, podem vencer qualquer adversário, pois Ronaldo é capaz de resolver uma partida num lance genial, seja numa cobrança de falta, cabeçada ou nas lindas arrancadas pela esquerda.
Outras seleções que podem apresentar um futebol muito bom, mas também podem decepcionar, são a Inglaterra, Costa do Marfim, Colômbia e França. Cada uma com seus motivos, mas todas possuem elencos fortes mas imprevisíveis. A Inglaterra tem um monte de garotos talentosos, ao redor dos “dinossauros” Gerrard e Lampard, e do craque Rooney, que sempre desapontou nas partidas de Copa do Mundo. Além de estarem em um grupo dificílimo, os ingleses são uma incógnita para mim !!! A Costa do Marfim tem o melhor “camisa 8” do mundo (Yaya Touré), um atacante que pode desequilibrar (Drogba) e um elenco com jogadores que atuam em fortes equipes européias. Jamais desempenhou bom papel nas últimas Copas mas pode encarar qualquer um. A Colômbia perdeu seu craque (Falcao Garcia) e, apesar de ter um bom time com jogadores habilidosos e protagonistas em bons times europeus, creio que ema o principal candidato a decepção da Copa. Simpatizo com eles e ficarei feliz caso eles tenham sucesso. A França perdeu um dos 5 melhores jogadores do mundo (Ribery), mas sinceramente acho que eles podem tornar-se até mais perigosos por isso. Ribery prende demais a bola e acho que seu jogo não combina com o da equipe francesa, e sem sua presença os azuis poderão ser mais incisivos nos contra-ataques, e possuem um finalizados espetacular em Benzema, algo fundamental num torneio de poucos jogos.
Tenho xodó pelo Japão, e vou torcer muito por eles. O grupo é o mais aberto da Copa, onde todos podem avançar. Gosto demais do futebol do Honda e do centroavante Okazaki, e espero que o time possa ir longe. O Chile tem um sistema ofensivo excelente com Vidal, Vargas e Alexis, mas sua tabela é brutal, pois terá que superar Espanha ou Holanda e, dependendo da posição que ficar no grupo, o Brasil logo nas oitavas.
Os medalhões Itália, Holanda e Uruguai não me inspiram. Acho que são equipes envelhecidas e candidatas ao fracasso. Apesar de terem atacantes fora de série, que podem desequilibrar, não ponho fé nestas 3 forças nesta Copa.
Para finalizar, gosto demais do Klinsmann e torcerei bastante pelos EUA, que além de tudo o que sinto pelo time, escolheram treinar no CT do São Paulo, algo que pode trazer sorte aos americanos. Eles são muito bem treinados e disciplinados, mas o time é muito jovem e sem experiência. Dependerão de uma felicidade no primeiro jogo contra Gana para poderem avançar.
Fiz diversos bolões, cada um com placares e finalistas diferentes, mas aqui vão meus palpites de hoje, para os confrontos das oitavas em diante e as equipes que avançam até a final desta Copa:
Oitavas:
Brasil x Chile
Costa do Marfim x Itália
França x Bósnia
Alemanha x Rússia
Espanha x Croácia
Uruguai x Japão
Argentina x Equador
Bélgica x Portugal
Quartas:
Brasil x Itália
França x Alemanha
Espanha x Uruguai
Argentina x Portugal
Semifinais:
Brasil x Alemanha
Espanha x Argentina
Final:
Brasil x Argentina
Acho que os hermanos são os únicos capazes de vencer o Brasil na final. Mas considero o time do Brasil superior, especialmente pela força defensiva e do sistema de marcação. Em compensação, o ataque argentino é infinitamente superior ao nosso, e na minha opinião os 2 melhores jogadores deste confronto estão do lado deles (Messi e Di Maria). Vou passar no palpite para este jogo, e caso se confirme, daqui a um mês eu volto com o meu pitaco.
Boa Copa para todos e vamos aproveitar muito, pois dificilmente teremos outra Copa aqui no Brasil, depois de todos os problemas, pelo menos nos próximos 100 anos.
Dos a Cero e as Eliminatórias da Copa do Mundo 2014
A Copa do Mundo de 2014, a ser disputada no Brasil, conheceu mais cinco países classificados após a rodada de ontem das eliminatórias continentais, e o número de classificados chegou a dez. Após a classificação dos quatro asiáticos (Japão, Coréia do Sul, Austrália e Irã) em junho e do Brasil como país-sede, setembro nos presenteou com alguns dos principais candidatos ao título do torneio, além de deixar outras importantes seleções com vagas praticamente garantidas, caso da atual campeão Espanha, da fortíssima Alemanha e de outros bons times como Colômbia, Chile, Bélgica, Suíça e Rússia. As vagas de ontem foram da nossa principal rival (Argentina), da seleção que nos eliminou na última Copa (Holanda) e daquela que pode empatar conosco em títulos (Itália), além dos Estados Unidos e Costa Rica, que estão disparados na liderança da CONCACAF.
Além das vagas obtidas, vale mencionar a situação triste em que algumas seleções se encontram, especialmente no caso de Paraguai e México, que não conseguem vencer ninguém que preste, e do jeito que as coisas caminham somente conseguirão a vaga com um milagre.
O sufoco mexicano está recheado de sofrimento e curiosidades, e dariam um perfeito enredo para um pastelão tragicômico, igual as novelas do país asteca. E para piorar, foram mais uma vez derrotados, sem piedade, pelos rivais do Norte, num jogo que teve requinte de sadismo nos momentos finais, reforçando a maldição que dura desde o início do século, chamada de Dos a Cero pelos norte-americanos.
O Dos a Cero surgiu após seguidas vitórias dos EUA sobre o México, pelo placar de 2×0, em importantes disputas na última década. Soma-se à curiosidade do placar o fato dos EUA terem disputados as quatro últimas partidas diante dos rivais na cidade de Columbus, no Estado de Ohio, fincado no coração do meio-oeste americano, um local relativamente remoto e desprovido da imensa colônia mexicana que permeia todo o país, e especialmente os Estados do Sul e do extremo Oeste americano.
A escolha de Columbus foi fruto da pressão de Bruce Arena, técnico dos EUA, nas Eliminatórias para a Copa de 2002, que estava (corretamente) incomodado com o fato de sempre que os EUA enfrentavam o México, geralmente na Califórnia, o estádio tinha 95% de torcida mexicana. Era quase igual enfrentar o rival no famoso Estádio Azteca, e os mexicanos sentiam-se em casa. O pequeno estádio de Columbus, com capacidade para pouco mais de 20 mil torcedores, acabou dando certo, especialmente pela prioridade de compra dos ingressos para os seguidores do time local, o Columbus Crew, o que inibe a possibilidade de mexicanos adquirirem ingressos. No jogo de ontem, ingressos estavam sendo vendidos por volta de US$500 no mercado negro.
Outro fator que colabora com a escolha de Columbus está no clima. Apesar da partida de ontem ter sido disputada no verão, os jogos de 2001 e 2009 caíram em fevereiro, com temperaturas abaixo dos zero graus Celsius, algo que os mexicanos não estão acostumados, fato que aumenta ainda mais a vantagem dos ianques.
O jogo de ontem trazia um componente raro. O México está em fase horrível e correndo sérios riscos de não se classificar para a Copa, algo raro na fraquíssima CONCACAF. E os EUA praticamente garantiriam a vaga com uma vitória. Após um primeiro tempo fraco, o time da casa, muito bem comandado pelo excelente treinador e ex-craque alemão Jurgen Klinsmann, superou seus grandes desfalques (o volante Michael Bradley e o atacante Jozy Altidore, os melhores jogadores do time) e passou por cima dos visitantes. Chegou aos 2×0 com Landon Donovan aos 33 e teve a oportunidade de fazer o terceiro, quando Clint Dempsey sofreu um pênalti aos 48 minutos da etapa final. Dempsey, o capitão do time, pegou a bola e o resultado pode ser visto neste link. Existe alguma dúvida de que ele tenha errado por querer, para preservar a mística da maldição do Dos a Cero ? Vejam o tweet de Cobi Jones, ex-jogador americano sobre o ocorrido. Eu achei demais, e Dempsey certamente deu um presente aos seus torcedores com este pênalti desperdiçado. Agora é esperar para o eventual confronto de 2017, certamente em Columbus, entre os países, nas eliminatórias para a Copa da Rússia. A não ser que eles se enfrentem no ano que vem, pois na única vez que americanos e mexicanos se enfrentaram em uma Copa do Mundo, nas oitavas-de-final da Copa de 2002, a cidade coreana de Jeonju tinha algo de Columbus. Adivinhem qual foi o placar deste jogo ?