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Temporada de futebol começa a esquentar nessa semana

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Argentina e Uruguai enfrentam-se no melhor jogo desta semana / Getty Images

O início de setembro marca o verdadeiro começo das competições de futebol de alto nível no mundo, algo que infelizmente o Brasil e a América do Sul ainda não compreenderam, e insistem em organizar suas competições de forma diferente, encavaladas, mesmo com a facilidade de acesso às informações que permite copiar a fórmula de sucesso europeu.

Neste ano, além do início da UEFA Champions League e dos principais campeonatos nacionais europeus, o início de setembro traz um bônus. Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, que se iniciam para as nações da UEFA (Europa), chegam na fase decisiva na AFC (Ásia), trazem partidas importantes na CONCACAF (América Central e do Norte) e na embolada classificação da CONMEBOL (América do Sul), teremos a sétima e oitava rodada, que podem começar a trazer um certo distanciamento entre os países que devem chegar à Copa da Rússia e aqueles que amargarão mais uma Copa pela TV. As disputas na CAF (África) terão sua fase final a partir de outubro, e como sempre devem ser muito equilibradas, pois existem mais de dez candidatos às cinco vagas disponíveis.

Para o Brasil, será uma semana crucial. Tive iniciará sua gestão enfrentando o líder Equador, fora de casa, e em seguida enfrenta a Colômbia, em Manaus, na famigerada Arena da Amazônia. Estamos em sexto lugar, e fora até da repescagem para a Copa, e nossa seleção não traz nenhuma confiança ao torcedor, pois não temos o menor poder ofensivo e jogadores bons, mas somente um craque. Darei meu voto de confiança ao competente Tite, e creio que teremos 4 pontos após estas duas partidas, num 0x0 em Quito seguido de uma magra vitória de 1×0 em Manaus. No melhor estilo do treinador gaúcho (já descobri que não conseguiremos nos livrar destes seres !!!!!)

A Argentina também trocou o comandante, mas na minha opinião estará pior com Bauza do que com o superior Martino, mas deve vencer suas partidas e posicionar-se como a principal força do momento no continente. É a líder do Ranking da FIFA e só não venceu as grandes competições que disputou recentemente por meros detalhes, e especialmente pela incompetência de Higuaín em fazer ao menos UM golzinho entre as diversas chances claras que teve nas finais da Copa do Mundo em 2014, e das Copas Américas de 2015 e 2016.

Equador deve sair com um ou dois pontos após enfrentar Brasil e Peru, e ficará embolado após um início formidável nas Eliminatórias.O Chile pode surpreender, pois seus jogos permitem levar seis pontos, apesar de que o Paraguai está retomando um futebol consistente e pode manter-se na briga com ma vitória sobre os bicampeões da América em Asunción. Uruguai e Colômbia devem levar três pontos nesta semana. As outras seleções são, na minha opinião, cartas fora do baralho.

Para resumir, creio que a classificação continuará embolada após estas duas rodadas.

Na Europa, são 13 vagas (somadas à anfitriã Rússia), e a disputa será em nove grupos, onde os vencedores classificam-se diretamente, e os segundo colocados dos grupos disputam repescagem para as quatro vagas restantes. O pior segundo colocado não participa desta repescagem, portanto apenas a liderança do grupo garante.

Este formato faz com que os grupos com equipes mais equilibradas sejam os mais perigosos, e para sorte de algumas potências futebolísticas, que caíram em um mesmo grupo, isso não aconteceu em todos os grupos da UEFA. Itália e Espanha dividem um grupo, mas seus adversários são fraquíssimos, com pouco risco para o segundo colocado. Em contrapartida, França e Holanda estão no mesmo grupo com a Suécia, que não é nenhuma maravilha mas já atrapalha.

Algumas potências estão em grupos fáceis e devem classificar-se sem muita dificuldade, especialmente Alemanha, Inglaterra e Bélgica. Croácia briga com Turquia e Islândia (!!!) no grupo I, Portugal com a Suíça no grupo B, País de Gales com Sérvia no grupo D, e no fraquíssimo grupo E, Romênia, Dinamarca e Polônia devem aproveitar-se da sorte e obter a vaga na Rússia.

A Ásia “dá” vagas para todo mundo, e os suspeitos de sempre devem se classificar. Austrália e Japão tem um caminho facílimo, e Irã e Coréia do Sul devem disputar as duas vagas do seu grupo com o Usbequistão.

Na África, a Tunísia caiu em um grupo fraco e deve classificar-se, mas o melhor time do continente, a Argélia, enfrenta pedreiras como Nigéria e Camarões. Aposto na Argélia, mas a Nigéria pode beliscar essa vaga na Rússia. Costa do Marfim deve obter a vaga na quarta Copa seguida, pois o os adversários não são assustadores. O grupo D é o de pior nível, e podemos ter estreantes em Copa do Mundo, pois Cabo Verde é um dos candidatos à liderança do grupo, devendo brigar com Senegal e se der alguma zebra, África do Sul. O último grupo também é forte, com Gana favorita sobre o tradicional Egito e o perigoso Congo.

Na Champions League, os suspeitos de sempre são ainda mais favoritos nesta temporada, pois algumas forças estão em baixa ou reestruturando-se, casos das ausentes equipes italianas (Milan, Internazionale e Roma) e inglesas (Manchester United e Chelsea) respectivamente. Novos, e excelentes, treinadores no Bayern Munich (Ancelotti) e Manchester City (Guardiola) podem dar uma nova cara aos já fortíssimos times, que junto com a Juventus devem fazer frente aos espanhóis (Barcelona, Real e Atlético de Madrid) que estão dominando a competição nesta década. Após anos de gastança, o Paris St-Germain não fez nenhum grande movimento mas chega novamente para brigar, com seu elenco estrelado e cheio de craques sulamericanos. Se tiver que escolher uma equipe para surpreender, mesmo que improvável, esta é o Benfica, que tem um grupo razoavelmente fácil e, apesar de ter perdido alguns titulares, tem tido muito sucesso nos últimos anos.

Análise do sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018

O italiano Fabio Cannavaro, capitão do tetra da Azzurra em 2006, durante o sorteio – AFP

A FIFA, em meio à terrível crise moral que assola a entidade há décadas, culminando com os processos encabeçados pelo FBI e que levaram à anunciada renúncia do presidente Joseph Blatter dias após sua reeleição em maio, realizou o sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 neste último sábado, 25 de julho de 2015, na cidade de São Petersburgo, na Rússia. Diversos dirigentes alegaram compromissos para não comparecer ao evento, notadamente o Sr. Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, que desde a prisão do companheiro José Maria Marin, mantém-se discretamente calado aqui no Brasil, e dificilmente terá a coragem de participar dos diversos compromissos da CBF, pois está com muito medo de ser preso e extraditado para os EUA.

Conforme fiz em 2011, analisarei cada uma das seis regiões e darei meus palpites sobre as seleções que estarão disputando a 21a Copa do Mundo no verão russo em 2018. Acertei 21 das 32 seleções classificadas para a Copa do Mundo do Brasil, e fiquei decepcionado com o resultado, especialmente pelo fato de que 24 seleções se repetiram em relação a 2010. Na verdade existem 11 seleções que estiveram presentes em todas as Copas desde a expansão para 32 equipes em 1998. Outras 6 estiveram em 4 destas 5 Copas e mais 11 em 3 delas. Assim chegamos a 32 seleções que estiveram em 3 ou mais das últimas 5 Copas, o que torna relativamente fácil uma previsão dos prováveis classificados.

As únicas eliminatórias que trazem emoção no sorteio são as européias, pois devido a um critério que na minha opinião é estúpido e injusto, utiliza-se uma data de corte para separar os potes das seleções, e tal procedimento permite que Itália e França fiquem no pote 2, enquanto País de Gales, que por uma imensa sorte atingiu na data de corte seu melhor ranking da história, fique no pote 1. Desta forma, italianos e franceses acabaram caindo nos grupos de Holanda e Espanha respectivamente, situação que pode impedir uma destas quatro grandes seleções de participar da Copa em 2018. Vale lembrar que a França foi, sem dúvida, uma das 4 melhores equipes do mundial do Brasil em 2014, e só não chegou mais longe por falta de sorte na tabela, tendo que enfrentar a campeã Alemanha antes dos demais adversários, nas quartas-de-final, num jogo onde pressionou os alemães durante todo o segundo tempo. Já discuti o Ranking da FIFA anteriormente, acho uma ferramenta razoável com problemas pontuais, mas que reflete o sobe e desce das seleções, mas discordo demais com a utilização e uma data de corte para um sorteio tão importante, pois se a data fosse um mês antes, os potes da Europa teriam uma configuração completamente diferente. Defendo uma média dos últimos rankings, mesmo que com maior peso para os meses mais recentes, como forma de dividir os potes.

As eliminatórias africanas ainda terão o importante sorteio após os confrontos da segunda rodada da região, que serão disputados em Novembro deste ano, portanto fica impossível prever os candidatos. Mesmo assim, existem algumas forças que destacam-se no continente e escolherei as 5 que considero favoritas à classificação, com destaque para a Argélia, um time que me agradou demais na Copa de 2014, e que levou a campeã Alemanha para a prorrogação nas oitavas-de-final, o mesmo time que goleou um timeco de amarelões e treinado por um jumento por 7×1 dias depois.

As eliminatórias das Américas do Sul e do Norte/Central, da Ásia e da Oceania mantiveram os mesmos formatos dos últimos anos, e nestes casos o sorteio não faz praticamente nenhuma diferença, pois fica fácil para os times mais fortes chegar à classificação pois enfrentam um monte de porcarias.

Aqui vão meus candidatos ao torneio de 2018:

Europa – Rússia (país-sede), França, Portugal, Alemanha, Sérvia, Dinamarca, Inglaterra, Espanha, Bélgica, Croácia, Holanda, Suíça, Áustria e Itália.

América do Sul – Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai

América do Norte e Central – EUA, México, Costa Rica e Panamá

África – Argélia, Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Egito

Ásia – Austrália, Japão, Irã e Coréia do Sul

Infelizmente, como descrevi antes, a única região que pode trazer surpresas é a Europa, pois nas demais são sempre os mesmos suspeitos, e tem lugar para praticamente todo mundo na Copa do Mundo com 32 seleções. Minha lista tem 27 seleções repetidas de 2014, e somente um estreante, o Panamá.

Após 7 anos, a Copa começa hoje !!!

Os capitães de Brasil (Thiago Silva) e Croácia (Darijo Srna), que abrem a Copa do Mundo – (FIFA.com/AFP)

Enfim chegou o dia. A Copa do Mundo terá início hoje, aqui na nossa São Paulo, com nossa Seleção, na tradicional condição de favorita a mais uma conquista, desta vez o tão sonhado hexa, que pensávamos obter há quatro anos na África do Sul.

Não comentei sobre o sorteio dos grupos em dezembro, e esperei para dar meus pitados hoje, comentando sobre as seleções que considero candidatas ao título, surpresas e decepções do torneio.

Antes disso, revisito um post de 2011, que fiz logo após o sorteio dos grupos das Eliminatórias, quando escolhi as 31 seleções que se juntariam ao Brasil na competição. Meu desempenho foi médio, pois acertei 21 das equipes. Meu pior desempenho foi na África, que teve as mesmas 5 seleções classificadas de 2006, e eu acertei apenas 2 delas.

Tenho lido muitas previsões, em mídias e blogs do mundo todo, e juntamente com as cotações de apostas, fica difícil escapar de 4 favoritos proibitivos para esta Copa, que são Brasil, Argentina, Espanha e Alemanha. Dificilmente o título escapa deles.

O grupo das possíveis surpresas, que podem aprontar e chegar às semifinais ou até na final, é composto por Bélgica e Portugal. Os belgas possuem uma geração extremamente talentosa e jovem, com craques em todas as posições do campo, e podem vencer qualquer adversário. O ponto negativo está na falta de tradição e experiência, que geralmente pesam numa Copa do Mundo. Não gosto do futebol apresentado por Portugal, com exceção do fenomenal Cristiano Ronaldo, mas reconheço que o time do competente Paulo Bento tem um padrão de jogo bastante sólido, onde os adversários chegam poucas vezes ao ataque e os portugueses deverão sofrer poucos gols na Copa. Por esta razão, podem vencer qualquer adversário, pois Ronaldo é capaz de resolver uma partida num lance genial, seja numa cobrança de falta, cabeçada ou nas lindas arrancadas pela esquerda.

Outras seleções que podem apresentar um futebol muito bom, mas também podem decepcionar, são a Inglaterra, Costa do Marfim, Colômbia e França. Cada uma com seus motivos, mas todas possuem elencos fortes mas imprevisíveis. A Inglaterra tem um monte de garotos talentosos, ao redor dos “dinossauros” Gerrard e Lampard, e do craque Rooney, que sempre desapontou nas partidas de Copa do Mundo. Além de estarem em um grupo dificílimo, os ingleses são uma incógnita para mim !!! A Costa do Marfim tem o melhor “camisa 8” do mundo (Yaya Touré), um atacante que pode desequilibrar (Drogba) e um elenco com jogadores que atuam em fortes equipes européias. Jamais desempenhou bom papel nas últimas Copas mas pode encarar qualquer um. A Colômbia perdeu seu craque (Falcao Garcia) e, apesar de ter um bom time com jogadores habilidosos e protagonistas em bons times europeus, creio que ema o principal candidato a decepção da Copa. Simpatizo com eles e ficarei feliz caso eles tenham sucesso. A França perdeu um dos 5 melhores jogadores do mundo (Ribery), mas sinceramente acho que eles podem tornar-se até mais perigosos por isso. Ribery prende demais a bola e acho que seu jogo não combina com o da equipe francesa, e sem sua presença os azuis poderão ser mais incisivos nos contra-ataques, e possuem um finalizados espetacular em Benzema, algo fundamental num torneio de poucos jogos.

Tenho xodó pelo Japão, e vou torcer muito por eles. O grupo é o mais aberto da Copa, onde todos podem avançar. Gosto demais do futebol do Honda e do centroavante Okazaki, e espero que o time possa ir longe. O Chile tem um sistema ofensivo excelente com Vidal, Vargas e Alexis, mas sua tabela é brutal, pois terá que superar Espanha ou Holanda e, dependendo da posição que ficar no grupo, o Brasil logo nas oitavas.

Os medalhões Itália, Holanda e Uruguai não me inspiram. Acho que são equipes envelhecidas e candidatas ao fracasso. Apesar de terem atacantes fora de série, que podem desequilibrar, não ponho fé nestas 3 forças nesta Copa.

Para finalizar, gosto demais do Klinsmann e torcerei bastante pelos EUA, que além de tudo o que sinto pelo time, escolheram treinar no CT do São Paulo, algo que pode trazer sorte aos americanos. Eles são muito bem treinados e disciplinados, mas o time é muito jovem e sem experiência. Dependerão de uma felicidade no primeiro jogo contra Gana para poderem avançar.

Fiz diversos bolões, cada um com placares e finalistas diferentes, mas aqui vão meus palpites de hoje, para os confrontos das oitavas em diante e as equipes que avançam até a final desta Copa:

Oitavas:

Brasil x Chile

Costa do Marfim x Itália

França x Bósnia

Alemanha x Rússia

Espanha x Croácia

Uruguai x Japão

Argentina x Equador

Bélgica x Portugal

Quartas:

Brasil x Itália

França x Alemanha

Espanha x Uruguai

Argentina x Portugal

Semifinais:

Brasil x Alemanha

Espanha x Argentina

Final:

Brasil x Argentina

Acho que os hermanos são os únicos capazes de vencer o Brasil na final. Mas considero o time do Brasil superior, especialmente pela força defensiva e do sistema de marcação. Em compensação, o ataque argentino é infinitamente superior ao nosso, e na minha opinião os 2 melhores jogadores deste confronto estão do lado deles (Messi e Di Maria). Vou passar no palpite para este jogo, e caso se confirme, daqui a um mês eu volto com o meu pitaco.

Boa Copa para todos e vamos aproveitar muito, pois dificilmente teremos outra Copa aqui no Brasil, depois de todos os problemas, pelo menos nos próximos 100 anos.

 

Dos a Cero e as Eliminatórias da Copa do Mundo 2014

Piada dos americanos com a maldição do Dos a Cero

A Copa do Mundo de 2014, a ser disputada no Brasil, conheceu mais cinco países classificados após a rodada de ontem das eliminatórias continentais, e o número de classificados chegou a dez. Após a classificação dos quatro asiáticos (Japão, Coréia do Sul, Austrália e Irã) em junho e do Brasil como país-sede, setembro nos presenteou com alguns dos principais candidatos ao título do torneio, além de deixar outras importantes seleções com vagas praticamente garantidas, caso da atual campeão Espanha, da fortíssima Alemanha e de outros bons times como Colômbia, Chile, Bélgica, Suíça e Rússia. As vagas de ontem foram da nossa principal rival (Argentina), da seleção que nos eliminou na última Copa (Holanda) e daquela que pode empatar conosco em títulos (Itália), além dos Estados Unidos e Costa Rica, que estão disparados na liderança da CONCACAF.

Além das vagas obtidas, vale mencionar a situação triste em que algumas seleções se encontram, especialmente no caso de Paraguai e México, que não conseguem vencer ninguém que preste, e do jeito que as coisas caminham somente conseguirão a vaga com um milagre.

O sufoco mexicano está recheado de sofrimento e curiosidades, e dariam um perfeito enredo para um pastelão tragicômico,  igual as novelas do país asteca. E para piorar, foram mais uma vez derrotados, sem piedade, pelos rivais do Norte, num jogo que teve requinte de sadismo nos momentos finais, reforçando a maldição que dura desde o início do século, chamada de Dos a Cero pelos norte-americanos.

O Dos a Cero surgiu após seguidas vitórias dos EUA sobre o México, pelo placar de 2×0, em importantes disputas na última década. Soma-se à curiosidade do placar o fato dos EUA terem disputados as quatro últimas partidas diante dos rivais na cidade de Columbus, no Estado de Ohio, fincado no coração do meio-oeste americano, um local relativamente remoto e desprovido da imensa colônia mexicana que permeia todo o país, e especialmente os Estados do Sul e do extremo Oeste americano.

A escolha de Columbus foi fruto da pressão de Bruce Arena, técnico dos EUA, nas Eliminatórias para a Copa de 2002, que estava (corretamente) incomodado com o fato de sempre que os EUA enfrentavam o México, geralmente na Califórnia, o estádio tinha 95% de torcida mexicana. Era quase igual enfrentar o rival no famoso Estádio Azteca, e os mexicanos sentiam-se em casa. O pequeno estádio de Columbus, com capacidade para pouco mais de 20 mil torcedores, acabou dando certo, especialmente pela prioridade de compra dos ingressos para os seguidores do time local, o Columbus Crew, o que inibe a possibilidade de mexicanos adquirirem ingressos. No jogo de ontem, ingressos estavam sendo vendidos por volta de US$500 no mercado negro.

Outro fator que colabora com a escolha de Columbus está no clima. Apesar da partida de ontem ter sido disputada no verão, os jogos de 2001 e 2009 caíram em fevereiro, com temperaturas abaixo dos zero graus Celsius, algo que os mexicanos não estão acostumados, fato que aumenta ainda mais a vantagem dos ianques.

Donovan, o comandante dos EUA – FIFA.com/Getty Images

O jogo de ontem trazia um componente raro. O México está em fase horrível e correndo sérios riscos de não se classificar para a Copa, algo raro na fraquíssima CONCACAF. E os EUA praticamente garantiriam a vaga com uma vitória. Após um primeiro tempo fraco, o time da casa, muito bem comandado pelo excelente treinador e ex-craque alemão Jurgen Klinsmann, superou seus grandes desfalques (o volante Michael Bradley e o atacante Jozy Altidore, os melhores jogadores do time) e passou por cima dos visitantes. Chegou aos 2×0 com Landon Donovan aos 33 e teve a oportunidade de fazer o terceiro, quando Clint Dempsey sofreu um pênalti aos 48 minutos da etapa final. Dempsey, o capitão do time, pegou a bola e o resultado pode ser visto neste link. Existe alguma dúvida de que ele tenha errado por querer, para preservar a mística da maldição do Dos a Cero ? Vejam o tweet de Cobi Jones, ex-jogador americano sobre o ocorrido. Eu achei demais, e Dempsey certamente deu um presente aos seus torcedores com este pênalti desperdiçado. Agora é esperar para o eventual confronto de 2017, certamente em Columbus, entre os países, nas eliminatórias para a Copa da Rússia. A não ser que eles se enfrentem no ano que vem, pois na única vez que americanos e mexicanos se enfrentaram em uma Copa do Mundo, nas oitavas-de-final da Copa de 2002, a cidade coreana de Jeonju tinha algo de Columbus. Adivinhem qual foi o placar deste jogo ?

Previsões futebolísticas – Mundial de Clubes FIFA 2011

Os favoritos do Barcelona, em uma das inúmeras comemorações recentes (AFP)

A edição de 2011 do Mundial de Clubes da FIFA teve início hoje, com o jogo pré-classificatório entre o campeão japonês (Kashiwa Reysol) e o representante da inexpressiva Confederação da Oceania (Auckland City). O time da casa venceu por 2×0, liderado pelo competente técnico Nelsinho Baptista e pelos bons meio-campistas brasileiros Jorge Wagner e Leandro Domingues. O time acabou de conquistar o título nacional e chega com embalo para este torneio, e pode ser uma surpresa, semelhante ao Mazembe em 2010, que aprontou para cima do Internacional, num dos maiores vexames da história do futebol brasileiro.

Após dois anos de disputa nos Emirados Árabes, o torneio retorna ao Japão, palco das primeiras edições deste novo formato, que teve início em 2005, quando meu querido São Paulo superou o favorito Liverpool por 1×0 numa épica, e sofrida, partida em que foi amplamente dominado mas defendeu-se com extrema maestria durante os 90 minutos. O Brasil repetiu o feito com outra zebra em 2006, quando o Internacional surpreendeu o favoritíssimo Barcelona pelos mesmos 1×0, mas desde então os europeus vêm atropelando os rivais sul-americanos. A esperança da região está no talento da garotada do Santos, que chega confiante após o sucesso do primeiro semestre, e algumas boas atuações esporádicas durante a fase final do Brasileirão. A equipe da Baixada tornou-se mais competitiva e forte defensivamente com o retranqueiro Muricy Ramalho, mas como era de se esperar perdeu um pouco da alegria e irreverência que encantou o Brasil sob comando de Dorival Junior.

Neymar consolidou-se como craque em 2011, com atuações espetaculares e maior regularidade, mas o Peixe ainda sofre com os meio-campistas Paulo Henrique Ganso e Elano, que apresentaram o oposto em 2011, com altos e (mais) baixos e não permitiram que o time desenvolvesse uma boa sequência de resultados. O Santos enfrenta o vencedor de Kashiwa e os mexicanos do Monterrey, campeões da CONCACAF, e apesar de favoritos devem se cuidar, pois ambos adversários serão perigosos. Se fosse santista torceria pelos mexicanos, pois creio que serão adversários mais fáceis pela forma de jogar e tradicional fraqueza defensiva dos aztecas.

O Barcelona é o papa-tudo do futebol mundial nos últimos anos, e na minha opinião disparado como favorito a este título. Apesar de que torcerei pelo Santos, acho muito difícil que os brasileiros superem os catalães, que estão jogando menos do que em 2010, mas mesmo assim apresentam-se num nível muito acima de qualquer rival, inclusive do Real Madrid, que vêm nadando de braçada nesta temporada e poderá provar ser o melhor time do mundo no Superclásico deste sábado, pelo Campeonato Espanhol. Será uma partida crucial para o Barça, pois poderá elevar ou abater a equipe para o torneio do Japão, além de que obrigará o time a fazer uma viagem bastante apertada para o Oriente. Seu adversário na semi-final será o vencedor do confronto entre os representantes da África (Espérance da Tunísia) e Ásia (Al-Sadd do Qatar). Aposto nos africanos, que serão provavelmente goleados pelo Barça.

Meus palpites para os jogos:

Kashiwa 2×1 Monterrey

Espérance 2×1 Al-Sadd

Santos 1×0 Kashiwa

Barcelona 4×0 Espérance

Barcelona 2×1 Santos

Infelizmente não poderei assistir ao jogo ao vivo, pois estarei em Washington no dia 18 de dezembro, mas vou gravar e tentar acompanhar sem saber o resultado, e quem sabe comemorar o retorno dos títulos mundiais para um clube brasileiro, no tricampeonato do Santos.